Prefeitura não tem Planejamento e culpa Governo do Estado pelo Abandono de Obras
Santa Isabel é o paraíso das obras abandonadas. Várias obras tocadas no município foram paralisadas e se tornaram elefantes brancos, vermelhos e amarelos. As construções inacabadas também são monumentos ao descaso e ao desperdício do dinheiro público. É o caso, por exemplo, do suntuoso prédio da Avenida República, onde seria instalada uma unidade de saúde, o AME (Assistência Médica de Especialidades). A canalização do Ribeirão Araraquara também é outra prova do desperdício do dinheiro público. O rio recebeu em um pequeno trecho a instalação de gabiões, (é uma gaiola de tela galvanizada preenchida com pedras) mas também se encontra abandonada. Outro exemplo de descaso é a construção do CDHU. As construções dos prédios aparentemente estão concluídas, mas até hoje não tem nenhum morador nos apartamentos, na verdade as edificações estão abandonadas. O que existe de comum nessas obras públicas é que todas estavam sendo realizadas com verbas do Governo do Estado de São Paulo. Mais um fato em comum é que o prefeito e sua equipe culpam o Governo Estadual pelo abandono das obras, inclusive alguns setores da imprensa local também adotaram esse discurso. Na verdade o único culpado pela paralisação das obras é a Prefeitura de Santa Isabel, pois as obras não tiveram planejamento. Tomemos o caso da canalização do Ribeirão Araraquara. O decreto Lei 58 de 1937 e a lei 6766 de 1979 determina que uma faixa de 15 metros às margens dos cursos d’ água (Ribeirão Araraquara) é espaço “non aedificandi”, ou seja, são áreas não edificáveis. Em Santa Isabel , durante décadas, em flagrante desrespeito às leis, casas e prédios foram construídos em cima dos riachos e ribeirões. E a prefeitura, por incrível que pareça foi relapsa, não observando esse grave problema. Faltou planejamento, pois da forma como foi concebido o projeto, teria que ocorrer primeiro a regularização das invasões nas margens do rio. Conclusão: a obra foi paralisada por erro de projeto da prefeitura e não por culpa do governo estadual. Outro caso, a construção do prédio da AME foi precedido por erros absurdos. O terreno que pertence ao Governo do Estado e que abrigava um Posto de Saúde do próprio Estado foi colocado abaixo pela Prefeitura sem autorização do Executivo Estadual. No terreno invadido a Prefeitura construiu o prédio que abrigaria o AME hoje abandonado e conhecido como elefante vermelho. O pior de tudo é que a construção do prédio foi realizada sem o aval e sem a autorização do governo Estadual. Do jeito que a situação se encontra hoje, a invasão perpetrada pela prefeitura está complicada para ser regularizada. Na verdade a Prefeitura meteu os pés pelas mãos. Outro caso de falta de planejamento são os apartamentos do CDHU. Os prédios foram construídos em local inadequado, e até hoje estão desabitados. Portanto, culpar o Estado é querer lavar as mãos, é esconder a própria incompetência. Quase todas as grandes obras do município foram feitas no olhômetro, sem critérios, sem avaliações técnicas, sem visão de futuro. A falta de planejamento só aprofunda ainda mais o descrédito desse governo. Quem sai perdendo mais uma vez é quem trabalha e paga seus impostos em dia e vê uma avalanche de dinheiro público enterrado em obras abandonadas que causam indignação e assombram os contribuintes.
JORGE SINGH
CIRURGIÃO DENTISTA
SANITARISTA
EX SECRETARIO E EX VEREADOR DE GUARULHOS
E PRESIDENTE DA RÁDIO SINGÃO DE SANTA ISABEL
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